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Economia & Mercados

PRIFER: “Vivemos um período pleno de desafios aos quais a indústria não é imune”

30 Novembro 2022

“A reorganização política mundial e o novo paradigma mundial da mobilidade configuram os maiores desafios para a nossa indústria neste momento”. É desta forma que, Marco Laranjeira, do Grupo Prifer, olha para a realidade da indústria de moldes. No seu entendimento, vive-se “um período pleno de desafios aos quais a nossa indústria não é de todo imune”.


Exemplifica que “depois de uma pandemia - que colocou muitos projetos em espera - e um início de 2022 com a guerra na Ucrânia - que provocou a subida generalizada de preços -, a gestão diária na nossa indústria tem sido muito mais difícil e tornou a definição de estratégias de médio/longo prazo uma lotaria”. As empresas têm uma enorme dificuldade, seja na tomada de decisões ou mesmo para fazer previsões.


Para Marco Laranjeira, “resta perceber como vai ficar o mundo depois deste conflito, que aparenta estar a criar dois blocos (China/Rússia vs. Ocidente), e qual vai ser o impacto nas decisões de compra das grandes multinacionais, sobretudo da área automóvel”. E é também neste sector – o principal cliente da indústria de moldes nacional – que “as novas medidas com a extinção dos veículos movidos a combustíveis fósseis e as restrições à utilização dos mesmos estão a provocar, numa primeira fase, alguma dinâmica adicional de novos modelos”, salienta, lembrando, no entanto, que “num eventual cenário de recessão a médio prazo, podem voltar a provocar uma quebra significativa no mercado”.


// Marco Laranjeira (Prifer)


E num contexto em que o mercado exige cada vez maior rapidez, qualidade e preços mais reduzidos, considera que as empresas têm de acompanhar essas exigências. “É sempre possível otimizar processos e melhorar”, afirma, exemplificando com o caso do grupo Prifer. “Nas nossas empresas, continuamos a apostar na monitorização de tudo o que fazemos para sermos capazes de identificar oportunidades de melhoria”, explica, adiantando que “a tecnologia também está em constante evolução, o que nos permite ganhos de produtividade”.


Mas, lembra que, atualmente, a indústria depara-se com fatores externos, que não consegue controlar e que “nos estão a impedir de evoluir, nomeadamente os custos de matéria-prima e também a escassez e/ou aumento de prazos de entrega de componentes”.


Para Marco Laranjeira, o sector automóvel continuará a ser o mercado mais importante para as empresas de moldes nacionais. Não prevê grandes alterações e explica a razão. “Do ponto de vista sectorial, o automóvel continua a ser o grande cliente da nossa indústria e, com a mudança para as viaturas elétricas e autónomas que se avizinham, surgem novas oportunidades de desenvolvimento de produtos e moldes mais complexos tecnicamente e onde potencialmente podemos ser mais competitivos”, defende, sublinhando que “o mercado elétrico, fruto da necessidade de aumento de capacidade das redes, também está com uma dinâmica forte, bem como o mercado médico, se bem que este estará mais orientado para um núcleo mais restrito de empresas com competências específicas”.


Também do ponto de vista geográfico, Marco Laranjeira acredita que os mercados tradicionais se manterão. “O bloco europeu continua a ser prioritário”, enfatiza, salientando que, apesar disso, “os mercados que trabalham em dólares estão também mais apetecíveis, fruto da desvalorização do euro”.


Refere também que as empresas continuam a sentir vários constrangimentos, resultantes, na sua opinião, “da pandemia e mudança de hábitos” e que, considera, “se traduzem na dificuldade em agendar reuniões presenciais e visitas às fábricas”.


No que diz respeito à promoção da imagem dos moldes nacionais no estrangeiro, defende que “a CEFAMOL tem, a este nível, feito um trabalho muito positivo, através de feiras e missões, trabalho esse que nesta fase deve voltar a ser dinamizado pois já existe mais abertura da parte do mercado”. Exemplifica com o caso de uma exposição na qual a Prifer esteve presente, com resultados positivos, para concluir que as empresas do grupo vão continuar “a apostar neste, e noutros modelos utilizados, para dar a conhecer as nossas capacidades”.