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Webinar apresenta soluções para gestão térmica do molde

30 Março 2021

A ‘Gestão Térmica do Molde’ esteve em destaque, no decorrer de um webinar, no dia 29 de março, realizado no âmbito do projeto mobilizador ‘Tooling 4G’. Contando com a presença, enquanto oradores, de copromotores industriais e do sistema científico e tecnológico, a sessão atraiu muitos profissionais da indústria de moldes que constituíram uma plateia ‘virtual’ de mais de oito dezenas de pessoas.


António Baptista, do CENTIMFE, explicou que este é um projeto “muito arrojado” que tem como objetivo desenvolver inovações centradas nos produtos, processos e serviços, associado à introdução e incremento de novas tecnologias relacionadas com a digitalização da indústria e a produção zero defeitos. Esta iniciativa, com carácter de consórcio, é composta por 31 copromotores, 20 dos quais são empresas e, os restantes, entidades do sistema científico e tecnológico, entre universidades, politécnicos e centos tecnológicos. Teve início em março de 2018, tendo a sua conclusão prevista para outubro de 2021.


Este projeto pretende ainda “criar ferramentas ágeis e inteligentes, capazes de incrementar a eficiência na indústria, como ‘novos moldes’ e de valor acrescentado”. Neste sentido, a ‘gestão térmica do molde’ é uma das preocupações.


O tema tem vindo a ser tratado em vários módulos deste projeto mobilizador, nomeadamente “nas técnicas de fabrico aditivo, na criação de novos sensores para aquisição de dados – que não apenas os ‘convencionais’ de temperatura e pressão – e no estudo de novas técnicas, capazes de conferir maior inteligência ao processo de injeção”. Ou seja, melhorar não apenas o molde, “mas todo o processo produtivo envolvente”.


Desenvolvendo o tema ‘Introdução à gestão térmica do molde’, António Pontes, da Universidade do Minho, explicou que se trata de uma questão muito importante no processo produtivo, adiantando “se quisermos atuar em termos económicos e da qualidade da própria peça, é nesta fase que o devemos fazer”. Destacou ainda que é “importante sabermos quais são as trocas de calor e como podemos fazer uma boa gestão e bom controlo de temperatura no molde”, adiantando que, para isso, existem softwares que ajudam a fazer esses cálculos, apresentando exemplos práticos de situações e soluções.


Deixou uma advertência: a necessidade de “fazer um isolamento adequado ao molde para garantir, por um lado, a questão económica – não despender demasiada energia para aquecer ou controlar a temperatura – e, por outro lado, ter uma maior estabilidade”. Enfatizou ainda a importância dos sensores que permitem retirar informações importantes, como o ambiente termodinâmico.



Estabilidade e qualidade

Já João Faustino, administrador do grupo TJ Moldes, deu conta, de forma mais prática, de alguns dos desafios comerciais que se colocam com a gestão térmica, advertindo que, apesar de todas as vantagens evidentes da colocação de sensores que permitam melhorar o processo, criando “estabilidade e qualidade”, a iniciativa de os colocar “parte do cliente, porque tem de ter na sua fábrica máquinas com esses protocolos”. De qualquer forma, adiantou que se nota, cada vez mais, o uso da sensorização no processo de fabrico.


No seu entender, e no que diz respeito à gestão térmica, “há várias áreas de atuação que têm de ser ajustadas para alcançar uma boa peça”. Estas variáveis estão, no seu entender, divididas em três áreas: o molde, o material e a máquina de injeção.


Lembrando que “todos os moldes são testados e as variáveis ajustadas, de forma a conseguir uma peça ideal”, a sensorização permite “reunir informação com características técnicas especificas para cada molde e peça”. Os sensores, sublinhou, “fornecem informação que controla automaticamente o comportamento do polímero dentro do molde, existindo várias máquinas que têm o sistema conectado ao software dos sensores. Com isso, podem controlar o processo produtivo, relativamente a temperaturas dos canais quentes, pressões, tensões, entre outros”.


Considerou ainda que “os fabricantes de moldes não têm dificuldade em introduzir estes sensores: basta seguir as especificações técnica dos clientes”. E indústrias como a médica, embalagem, automóvel, entre outras, “são hoje muito sensíveis à utilização destes sensores”, frisou.


Coube a Luís Santos, da Erofio, abordar o tema ‘refrigeração conformada na construção do molde’. O responsável considerou que no controlo de temperatura, “uma das regras básicas é dividir para conquistar, ou seja, aumentar o número de circuitos de controlo independentes, especialmente nas zonas de hotspot”. Defendeu também uma aposta em sistemas de medição de temperatura em tempo real.


Reportando-se à sua experiência, deu destaque à “refrigeração conformada obtida por SLM ou fabricação aditiva”, considerando que “permite liberdade de criação, bem como controlar a distância entre circuito de refrigeração e a superfície moldante, e ainda criar estratégias de canais de refrigeração, com o objetivo de atingir temperaturas mais homogéneas”.


No seu entender, tem como vantagens “a diminuição de tempo de refrigeração, redução de defeitos e uma melhoria generalizada (estética) da peça”, destacando ainda que permite “um aumento da produtividade entre 5 a 30%”.


A última oradora, Cristina Dantas, gestora de engenharia de processo da GLN Plast, partilhou a experiência da empresa no “fabrico aditivo como forma de melhorar o processo de refrigeração”. Apresentou um caso prático que foi, para a GLN, “um desafio”. Com essa tecnologia, adiantou, foram alcançadas melhorias muito significativas. E enumerou, entre outras, “o aspeto visualmente uniforme, reduzir tempos de arrefecimento e temperatura do molde mais homogénea”. Chamou, contudo, a atenção para um pormenor a ter em conta com esta solução: “com os canais de dimensões mais reduzidas, o tratamento de águas tem de ser exímio”.


Este webinar inseriu-se num ciclo de eventos que o consórcio do projeto está a realizar. António Baptista deu conta de que alguns dos próximos se centrarão em questões que são hoje de grande importância para indústria, como a economia circular ou a i4.0 no Tooling.