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Entrevista

Eduardo Medrano: «Cooperação entre Portugal e México é fundamental»

08 Fevereiro 2022

“O México tem a capacidade, mas precisa de soluções para incrementar o crescimento”


Que perspetivas têm os sectores mexicanos de moldes e automóvel para 2022?

A expectativa é de crescimento. Estima-se que a indústria no México mantenha a sua tendência de crescimento, nos próximos cinco anos. A indústria automóvel mexicana, por exemplo, tinha o plano de alcançar a produção de cinco milhões de unidades em 2021, mas com a pandemia não o conseguiu fazer. O objetivo é atingir os 4,5 milhões e ir crescendo, de forma sustentada, nos próximos anos. E se os automóveis aumentam, vão ser necessários mais componentes e, por isso, também será preciso fazer crescer a manufatura. É preciso salientar que o novo acordo entre México, Canadá e Estados Unidos permite um estreitar de relações muito importante entre as partes, que abre boas perspetivas de futuro.


E esse crescimento de que fala restringe-se à indústria automóvel ou abrange outros sectores industriais?

Abrange a indústria de plásticos, de uma maneira geral. Logo, terá implicações noutras áreas para além do automóvel, como a eletrónica, a indústria médica ou os utensílios domésticos. As expectativas são que exista uma continuidade, de cerca de 7 a 8% de crescimento, na capacidade de manufatura mexicana. Por isso, este é um mercado que se mantém atrativo. A nível industrial, o México vai continuar a afirmar-se como um país estratégico da América do Norte.


E como pode a indústria portuguesa, sobretudo a de moldes, posicionar-se para entrar neste mercado mexicano?

A cooperação entre os dois países é fundamental.


E como alcançá-la?

No México, há necessidade de moldes e ferramentas. De uma maneira geral, há necessidade de toda a manufatura, mas sobretudo de moldes. Um dos objetivos é fazer crescer esse sector. Mas é uma indústria especializada, que requer a introdução de tecnologia de ponta. Depois, é preciso formar pessoas especializadas nessa área, para criar postos de trabalho qualificados. Por isso, há um conjunto de oportunidades, não apenas para empresas, mas também para instituições académicas e técnicas. Países como Portugal, que detém essa especialização, são muito importantes para o México que, pela proximidade e acordos estabelecidos, tem respostas a posicionarem-se quer do Canadá, quer dos Estados Unidos.

Há a necessidade e, por isso, o México dá a possibilidade de alavancar financeiramente os projetos. As empresas recebem benefícios para poderem crescer na sua produção. Hoje, a perspetiva mexicana é procurar a colaboração de empresas portuguesas porque o seu valor é reconhecido.


E que conselhos daria às empresas portuguesas que estejam a pensar avançar para o México?

Podem, por exemplo, constituir-se consórcios portugueses no México, para complementar a manufatura. Já há alguns exemplos. Mas as empresas podem, também, fazer joint ventures com empresas mexicanas. E esta solução tem vantagens porque, por vezes, quando tentam entrar noutro país, as empresas sentem dificuldades em questões como a legislação laboral ou fiscal, financeira ou administrativa. Entrar no país com um sócio local facilita muito o processo.

Em resumo, é preciso realçar que o México tem a capacidade, mas precisa de soluções para incrementar o crescimento: seja criando alianças comerciais, académicas ou de negócios, que permitam responder a todas as necessidades da indústria. Mas, insisto, tem grandes perspetivas de crescimento.





Eduardo Medrano Presidente da Asociación Mexicana de Manufactura de Moldes y Troqueles (AMMMT)