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Eficiência é, no entender de Ricardo Ferreira, da Intermolde, a prioridade que todos os gestores devem ter nas decisões que tomam em prol das suas empresas. “Falar em sustentabilidade industrial é falar em eficiência produtiva com responsabilidade ambiental e social”, defende. Desta forma, considera que sustentabilidade e eficiência devem caminhar lado a lado. E, ao contrário do que muitas vezes se diz, a sustentabilidade não se restringe às questões ambientais.
“Quando se fala num processo produtivo, designadamente na indústria de moldes, o custo energético é apenas uma pequena parte dos custos: deve assim haver eficiência em todo o processo”, explica. E o ponto de partida dessa atitude tem lugar na seleção da matéria-prima, acrescenta. Ou seja, “tendo a indústria de moldes, tipicamente, processos subtrativos, quanto menos material se tiver no início, melhor, porque o desperdício será menor”, afirma. Depois, é preciso ter atenção ao uso das ferramentas, apostando, sempre que possível, na sua reciclagem e reutilização. E, adianta, faz parte também da sustentabilidade, apostar em questões como “a minimização de tempo ativo e de esforço da mão-de-obra”. Ou seja, “há que pensar bem os layouts produtivos, a organização dos postos de trabalho e, sempre que possível, automatizar e robotizar”.
Ricardo Ferreira lembra que, nos últimos tempos, a discussão tem sido muito em torno dos custos das matérias-primas e energias, mas, no seu entender, “fala-se pouco do custo da mão-de obra”. E esta é uma questão na qual “não se pode poupar porque não podemos prescindir de-mão-obra qualificada”. E é aqui que reside a preocupação social: “temos de pensar nas pessoas e proporcionarlhes boa qualidade de vida”. Até porque, tendo esta premissa como ponto de partida, a eficiência produtiva de pessoas motivadas e empenhadas acabará por ter reflexos diretos na sustentabilidade económica da empresa. Todas estas questões, defende, “têm de estar em equilíbrio” para alcançar a desejada eficiência. Esta é, desde há muito, a visão da Intermolde, explica.
// Ricardo Ferreira (Intermolde)
Há ainda um outro fator que tem peso nesta questão: “as empresas têm de medir muito bem os seus investimentos”, adverte. A sustentabilidade, salienta ainda, “deve ser analisada em toda a cadeia de valor”. Ou seja, devem ser tidos em conta os fornecedores, de forma a fomentar “a responsabilidade social e ambiental”, mas também a geografia, privilegiando a compra local de forma a reduzir os transportes (sobretudo aéreos) e a pegada carbónica gerada.
Relativamente a jusante da cadeia de valor, salienta, “devemos ponderá-la até ao consumidor final e, sempre que possível, pensar em inovações de produto ou serviço que reforcem a sustentabilidade”. E exemplifica: “no caso específico dos moldes para vidro, executar um bom projeto de moldes com a seleção mais adequada de materiais poderá traduzir-se, nas vidreiras, na criação de garrafas mais leves com a mesma resistência das mais pesadas, e uma boa construção dos moldes poderá significar um desempenho mais eficiente na produção de garrafas”.
É desta forma, explica, que a Intermolde se posiciona no mercado, considerando que o mesmo acontece com a indústria de moldes para plástico. “Estando perfeitamente integrada no desenvolvimento de produto, a nossa indústria teve sempre este aspeto da eficiência em consideração”, defende, salientando que “neste sentido, a temática da sustentabilidade abre excelentes oportunidades à indústria nacional comparativamente, por exemplo, aos seus concorrentes asiáticos”.
Um exemplo que aponta é o investimento em painéis fotovoltaicos. Mas também os investimentos na valorização de resíduos gerados na produção (limalhas, sucatas, fluidos de corte, etc.), a otimização económica e a rastreabilidade dos resíduos até o final da linha, são outras opções que refere como importantes. “Em 2013, quando se mudou para a zona industrial, a Intermolde montou um sistema de filtragem e oxigenação de fluidos de corte que permite aumentar a sua utilização em corte, diminuindo assim a quantidade anual deste tipo de resíduo”, conta, acrescentando que o mesmo se passa com o sistema de reutilização de água, evitando o desperdício. E é perentório em considerar que “a sustentabilidade abre oportunidades”, adiantando que são inúmeros os exemplos disso mesmo, no seio industrial.