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Tecnologia & Inovação

INOV.AM: Uma agenda de inovação para disseminar o fabrico aditivo

11 Março 2024

A Agenda Mobilizadora de Inovação em Fabrico Aditivo (INOV.AM) foi criada com o intuito de agregar empresas e entidades do sistema científico, no sentido de potenciar a utilização do fabrico aditivo de uma forma mais generalizada. Encontrar novas técnicas e soluções que melhor sirvam a indústria, de forma a disseminar o recurso a esta tecnologia, é uma das principais missões.


“O ponto de partida foi a constatação, por parte de um conjunto de pessoas - que já trabalha no fabrico aditivo há bastante tempo – de que existe oportunidade para criar um ambiente que promova a maior utilização desta tecnologia. É que o seu potencial é enorme, mas ainda não faz parte do dia a dia da maioria das empresas”, explica Pedro Lourenço (Erofio).


Esta agenda integra 61 empresas e 13 entidades do sistema científico, tendo um plano de execução até dezembro de 2025. Em comum, este grupo de profissionais tem a particularidade de, ou já ter adotado esta tecnologia, ou ter participado em projetos de investigação que destacaram as potencialidades do fabrico aditivo. Muitos destes projetos, explicam os dois responsáveis, resultaram em trabalhos promissores que poderão ser agora mais aprofundados e desenvolvidos. No fundo, a agenda acaba por permitir o desenvolvimento de um plano de trabalhos, envolvendo os participantes, e permitindo a investigação mais aprofundada nas áreas, produtos e serviços que suscitem maior potencial de virem a ser incorporados no processo produtivo ou mesmo levados ao mercado.


Foto: INOV.AM (via LinkedIn)


António Pontes (Universidade do Minho) salienta que é preciso não esquecer que, “antes da constituição desta agenda, já havia conhecimento nesta área da fabricação aditiva que importa valorizar”. Este conhecimento “foi gerado a partir de vários projetos de parceria entre empresas e entidades do sistema científico. O que nós percebemos é que muitos destes desenvolvimentos não tinham ainda uma maturidade suficiente para irem para o mercado, portanto aproveitamos a possibilidade das agendas do PRR para catapultar um conjunto de produtos, processos e serviços na área da fabricação aditiva, tendo como ponto de partida esse conhecimento já adquirido”.


A Erofio é um dos exemplos de como esta tecnologia pode ser incorporada – com sucesso – no fabrico de moldes. Esta empresa tem investido, nos últimos anos, em equipamentos e conhecimento do processo, tendo já desenvolvidos vários produtos.


“Queremos agora, por um lado, diminuir as importações de tudo o que sejam materiais e mesmo equipamentos para fabricação aditiva e, por outro, desenvolver o seu uso no desenvolvimento de produtos, que não apenas protótipos, e trabalhar nos testes e validação para que possam vir a ser colocados no mercado”.


Foto: INOV.AM (via LinkedIn)


O conjunto de elementos que compõe a agenda está agrupado em 24 work packages, tendo como objetivo criar, na sua totalidade, cerca de 44 produtos. “Estes produtos poderão ser equipamentos ou sistemas produtivos, que conciliem a fabricação aditiva com injeção, por exemplo, moldes híbridos. Mas poderão ser também novos materiais para fabricação aditiva. Além disso, os resultados levarão a conhecimento que será transmitido sob a forma de formação de novas qualificações e isso também poderá ser entendido como um novo produto”, explica António Pontes, precisando que, no total, os 44 produtos estão agrupados em oito ‘famílias’.



CHEGAR ÀS EMPRESAS

Pedro Lourenço chama atenção para o facto de o mercado não estar ainda consciente sobre as inúmeras vantagens e oportunidades do fabrico aditivo. Por isso, esclarece, “uma das grandes missões que temos é tentar democratizar esta tecnologia”.


Foto: INOV.AM (via LinkedIn)


António Pontes salienta um outro aspeto que considera também fulcral: “infelizmente, em Portugal, ainda importamos quase tudo para a fabricação aditiva. Podemos achar que isso é normal, mas sabendo que existem competências no nosso país, na área dos materiais, na robótica e na automação, em ferramentas de transição digital e em conhecimento, porque é que não conseguimos fazer produtos de valor acrescentado ou equipamentos para diminuir as importações dessa área?”


Com isto, será possível “democratizar muito mais a fabricação aditiva, alcançando mais negócios, mais mercado e desenvolvendo mais competências”. E esse conhecimento, uma vez testado e aprovado, chegará às empresas – incluindo as que não integram esta agenda. Uma das formas, explica Pedro Lourenço, é “estes novos serviços e novas utilizações, no âmbito da indústria de moldes, por exemplo, serem alavancadas como serviços e isso permite chegar a todo o sector”. Um outro aspeto que destaca, como forma de alcançar outras empresas, é “o efeito demonstrador” das potencialidades e das aplicações.


A INOV.AM participou no 2.º Encontro Anual das Agendas Mobilizadoras, organizado pelo IAPMEI, tendo tido oportunidade para expor alguns dos protótipos desenvolvidos e divulgar algumas das metas já alcançadas por projetos que estão a transformar a economia nacional e que permitirão criar mais de 18 mil postos de trabalho.


Foto: INOV.AM (via LinkedIn)