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13 Fevereiro 2025
08 Maio 2024
Fundada em 2013, a MICE é especializada numa nova tecnologia de injeção a baixa pressão, naquilo que pode ser considerado um processo intermédio entre a prototipagem e a produção em massa. Com uma aposta firme na inovação tecnológica e tendo como prioridade a excelência dos resultados, a empresa tem no mercado nacional o seu principal cliente. Com sede em Santa Maria da Feira, tem, atualmente, oito colaboradores e a ambição de crescer e conquistar mercados internacionais.
A MICE (Molds and Injected Components Engineering) foi criada em 2013 como uma spin off da Universidade do Porto, trazendo à indústria uma nova tecnologia, designada RIM. Esta, resultante de mais de duas décadas de pesquisa, permite a injeção de plásticos a baixa pressão, representando um avanço significativo no sector.
A partir da academia, e face aos bons resultados obtidos em todo o processo de investigação, a tecnologia deu corpo a um projeto industrial, tendo sido, então, criada a empresa na Zona Industrial de Romariz, em Santa Maria da Feira. A empresa foi fundada por dois dos principais investigadores, que se tornaram sócios neste projeto, dos quais se mantém, atualmente, apenas um: Nuno Gomes, administrador.
É este responsável quem descreve a tecnologia da empresa como “um processo intermédio entre a prototipagem e a produção em massa”, oferecendo soluções adaptadas às necessidades individuais de cada projeto e cliente.
A unidade assenta a sua produção no desenvolvimento e engenharia de produtos e compósitos plásticos, concentrando-se em produções de baixo e médio volume, garantindo tempos de lançamento reduzidos e custos mais acessíveis, acrescenta Nuno Gomes.
Atualmente, a MICE é constituída por oito profissionais especializados em áreas distintas, desde desenvolvimento de produto, à engenharia e produção. A missão da empresa, de acordo com o administrador, industrializar as pequenas séries de produtos, variando de 10 a 50 mil peças por projeto.
Tendo como principal o mercado nacional, a empresa opera predominantemente em áreas como a indústria médica e os equipamentos industriais, com incursões adicionais no sector da mobilidade. Os seus principais clientes incluem os fabricantes de componentes, seja para mobilidade (para autocarros, comboios, ambulâncias, entre outros), empresas de fabrico de equipamentos industriais ou o sector do mobiliário.
INTERNACIONALIZAÇÃO
Portugal representa cerca de 80 % da faturação, mas a empresa começa a fortalecer a sua presença no estrangeiro, com clientes em França, Bélgica, Suíça e Irlanda.
Para desenvolver a sua tecnologia, a MICE necessita de moldes. Esta indústria surge como fornecedora. Mas nem todos os moldes são em metal. Há situações em que são utilizados outros materiais como, por exemplo, a madeira. “Nós somos clientes da indústria de moldes”, enfatiza Nuno Gomes, explicando que na conceção do molde para este tipo particular de injeção, é desenvolvido um trabalho de preparação prévia, em parceria entre a equipa de engenharia da empresa e o fabricante.
Apesar do período de complexidade por que passa atualmente a economia, o responsável conta que a evolução da empresa se tem pautado pela positiva. Com passos firmes, a MICE tem crescido e conquistado mercado e o seu espaço na indústria. Um dos desafios que, no seu entender, já se sente e terá tendência para se tornar mais visível, diz respeito à necessidade de pessoas qualificadas.
Uma das suas preocupações, a este nível, prende-se com a capacidade de recrutamento que empresas estrangeiras têm junto de jovens talentos e com as quais a indústria portuguesa dificilmente consegue competir, sobretudo devido aos salários.
Mas, Nuno Gomes acrescenta que, a nível de futuro, a empresa tem “boas perspetivas”. Tendo tido a sua génese no seio da investigação, a empresa mantém uma ligação estreita com as universidades, de forma a apostar numa melhoria contínua da tecnologia que disponibiliza e, com isso, conseguir manter a excelência na resposta aos seus clientes.