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Diversidade de pós metálicos satisfaz necessidades da indústria

17 Junho 2021

A sinterização de metais começa a ocupar, hoje, lugar de destaque na indústria de moldes. Esta tecnologia está a ser adotada por um número crescente de empresas e, na generalidade dos casos, estas mostram-se satisfeitas com a aposta. Em comparação com os aços convencionais, a diversidade de pós metálicos é menor, mas, ainda assim, responde de forma satisfatória às necessidades. A oferta de aço em pó para os processos de sinterização corresponde a cerca de 80% das necessidades da indústria. Esta é a convicção de Carlos Marto, da BBE. O responsável adianta que, atualmente, “já existe uma grande variedade de materiais de aço, e não só, para a sinterização de pós metálicos. Esses materiais, ou esses aços em concreto, vão desde aços inox a aços pré-tratados e que têm boas características em termos, por exemplo, de resistência e dureza”. Por isso, salienta, “diria que nesse aspeto estamos bem servidos”.


De qualquer forma, ressalva que a diversidade de aço em pó “não é nada quando comparada com os aços, aos quais estamos habituados, sejam forjados ou laminados”. É que, no caso ‘convencional’, explica, “estamos a falar de centenas, senão de milhares de diferentes tipos de aço, com as mais variadas propriedades”. Em tom de graça, remata que, “no fundo, já existem aços para tudo”.


E essa variedade é, no seu entender, uma enorme vantagem colocada ao serviço das empresas. “Com esta quantidade de escolhas, as empresas têm um leque e uma variedade enorme que lhes permite conseguir uma especialização em alguns tipos de moldes, ou conseguem garantir determinado tipo de características que responde, com precisão, aquilo que o cliente necessita”, acrescenta.


No entanto, as opções para sinterização ainda não chegaram a esse ponto, enfatiza, considerando que “abrangem pouco mais de 80% das necessidades que temos”.



Erofio: material dá resposta às diversas necessidades

Seja em pó, seja na sua forma mais ‘tradicional’, as características essenciais do aço mantêm-se. Se assim não fosse, o processo de sinterização não seria a opção, nem garantia de qualidade. Quem o diz é Luís Santos, da Erofio. Explica que “normalmente, as características dos aços obtidos por estas tecnologias apresentam propriedades semelhantes aos seus congéneres tradicionais”. Nos casos em que isso não acontece, “têm de ser tratados termicamente”, adianta.


Mas essa questão acaba por ser acautelada no processo, uma vez que “os pós metálicos são selecionados de acordo com a aplicação e respetivas solicitações dos componentes”.


O aço em pó, enquanto matéria-prima, diz ainda, “deve ser o mais esférico possível, com uma distribuição granulométrica adequada, livre de poros, e claro com composição química estável entre lotes”. E se, há alguns anos, esta tecnologia não dispunha de muitas soluções no mercado, hoje a realidade é muito diferente. “A diversidade dos aços em pó, aos dias de hoje, é grande e existem disponíveis para todos os tipos de aplicações/solicitações”, considera, adiantando que esta diversidade dá resposta “às necessidades das mais diversas empresas, quando comparando com os aços tradicionais”.


Mas nem tudo são aspetos positivos. Para Luís Santos, “o único inconveniente é que estes equipamentos de Fusão Seletiva Laser de Metais (SLM) são, geralmente, dedicados, sendo recomendado apenas o uso de um tipo de pó por equipamento” de forma a acautelar “possíveis contaminações relacionadas com as trocas de materiais, que poderão colocar em causa a integridade dos componentes construídos”. Um outro aspeto para o qual chama a atenção é que, quanto maior a quantidade e diversidade de pós, maior a necessidade de equipamentos auxiliares, seja para armazenar, crivar ou reciclar.



Moldes RP: matéria-prima assegura inúmeras vantagens

Uma matéria-prima com muitas vantagens. As características dos aços usados no processo de sinterização são o que Hélder Cordeiro, da Moldes RP, mais valoriza. “O que existe de melhor nestas matériasprimas são as suas propriedades: por exemplo, no aço 1.2079 maraging é possível obter peças com uma dureza de aproximadamente 50 HRc, com recurso a um processo de endurecimento por precipitação”, considera, adiantando que “este processo induz menores tensões residuais do que o processo de têmpera, utilizado normalmente na matéria-prima dos processos subtrativos, podendo, em alguns casos, incrementar a vida útil da peça”.


É também com agrado que refere que “as variedades de matéria-prima para a produção de peças metálicas pelo processo de sinterização têm vindo a aumentar, no sentido de responder melhor aos requisitos de cada componente”. Ou seja, a matéria-prima tem procurado acompanhar a evolução tecnológica deste processo de fabrico.


No entanto, aponta um senão: “verifica-se que no momento da adjudicação, se o material selecionado é díspar do que é normalmente utilizado pelo fornecedor do serviço de fabricação aditiva, os custos de setup aumentam de forma significativa”. Na sua opinião, este aumento deve-se, sobretudo, “ao trabalho de limpeza que tem de ser feito nas máquinas de sinterização, pela necessidade de otimização de parâmetros e tempo, para criação de conhecimento experimental sempre que se utiliza um material novo”.


O material que habitualmente é utilizado, conta, “é um aço 1.2709 que dá resposta às necessidades da indústria dos moldes para injeção de termoplásticos”. Esclarece ainda que, no caso dos fabricantes de moldes, os pós metálicos apresentam um conjunto de requisitos interessantes. “Têm uma elevada resistência mecânica, associada a uma boa tenacidade, boa maquinalidade - uma vez que as peças depois de serem produzidas por fabrico aditivo não têm o rigor dimensional e acabamento exigido (necessitam de operações de acabamento pelos processos subtrativos) -, elevada isotropia e boa aptidão ao polimento”.



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Texto: Helena Silva

Publicação: Revista MOLDE, 129 | Especial Aços e Revestimentos