
INEGI debate o impacto da Inteligência Artificial na indústria e na economia
O INEGI – Instituto de Ciência e Inovação em Engenharia Mecânica (...)
24 Abril 2025
20 Março 2025
Decorreu ontem, dia 19, em Leiria, a segunda conferência do ciclo Rota do Crescimento, organizada pelo Jornal Económico. O encontro reuniu especialistas e líderes empresariais sobre estratégias de crescimento, colaboração e inovação no mercado.
Rui Tocha, diretor-geral do CENTIMFE, durante a sua intervenção «Como a associação entre concorrentes pode promover o crescimento», deixou um alerta à plateia: a indústria de moldes é altamente tecnológica e tem um impacto significativo em todos os setores que conhecemos, mas corre o risco de desaparecer da Europa.
Foto: Rodolfo Alexandre Reis
A Europa, afirmou, atravessa um período de profunda transformação, e a Alemanha – considerada o motor industrial do continente – «está a ficar deserta de indústria». Isto deve-se ao facto de a Europa estar exposta a uma concorrência desigual, em que as empresas europeias enfrentam regulamentações rigorosas, enquanto empresas de outros continentes operam no mercado europeu sem as mesmas restrições, colocando em risco a competitividade das empresas locais. Como exemplo, Rui Tocha denunciou a hipocrisia da Europa, que exige um controlo rigoroso sobre os padrões de sustentabilidade, mas, em contrapartida, não mede a pegada carbónica dos produtos importados, em grande parte, do Oriente. «Estamos a ser completamente hipócritas no ponto de vista do desenvolvimento e crescimento da nossa economia europeia».
O processo de desindustrialização europeia e a não observação do princípio de equidade na regulamentação foram apenas dois dos principais desafios do mercado global elencados por Rui Tocha. «O mercado interno deve ser palco de desenvolvimento de soluções para alavancarem a internacionalização das empresas», até porque «sem a indústria de moldes não há produtos».
E esta reafirmação da indústria - nacional e europeia - consegue-se através do trabalho em rede. «O tecido empresarial representa a visão 3D de uma rede», que é tanto mais forte quanto mais fortes forem também os nós entre as empresas que a integram. Mesmo que as empresas sejam de pequena dimensão. «[Q]uando dizemos que as empresas têm de ser grandes, têm de crescer (...) nalguns setores isto não é verdade, porque perdem competitividade. No Japão, onde temos das empresas de moldes mais competitivas, as empresas são muito pequeninas», mas trabalham em conjunto. Deste modo, reiterou, «o trabalho em rede é fundamental».
Pode assistir à intervenção integral de Rui Tocha, assim como às restantes participações, aqui.